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quinta-feira, 6 de abril de 2017

ATENÇÃO!!! Jair Bolsonaro Detona Jornalista durante entrevista, em Teresina...

Sinceramente, fico preocupado com o surgimento de um protótipo de Hitler na política brasileira, com simpatizantes e seguidores em boa parte do país. Sonham em ter Jair Bolsonaro como presidente do Brasil. São os que acham que a truculência, arrogância e prepotência do parlamentar vão resolver os problemas do país, principalmente na área da segurança pública.

O deputado defende a “justiça com as próprias mãos”, o “olho por olho, dente por dente”. Um estado de barbárie. E quem seriam as maiores vítimas? Com certeza, bandidos pobres, das periferias do país. Os bandidos de colarinho branco, maiores responsáveis pela miséria e pobreza da maioria da população, continuariam na impunidade.

Infelizmente, uma boa fatia do eleitorado acredita no que diz a ‘bíblia’ de Bolsonaro, que já iniciou suas pregações da barbárie pelo país.

Em Teresina, a jornalista Cinthia Lages, do Grupo Meio Norte de Comunicação, foi hostilizada por simpatizantes de Bolsonaro. Segundo relatos da própria jornalista, ela ouviu os impropérios e agressões quando tentava entrevistar a “celebridade” no alto de uma caminhonete utilizada como palanque.

"Comunista", "stalinista", "assassina", "petista", "jornalista mortadela", "vadia" ,"puta", "joga ela pra gente que sabemos o que fazer", "vai embora pra Cuba, rapariga!", teriam sido os termos dirigidos à jornalista.

Confira o relato feito por Cinthia Lages em sua página no facebook.
  
Por que não há lágrimas?
Hoje cedo, antes de entrar no carro de reportagem, postei essa foto no instagram. Eu falava da beleza do colar feito com tanto esmero e delicadeza. A "mão de Fátima",como é conhecido o símbolo, é um amuleto islâmico, com interpretações diversas - do Alcorão ao budismo mas com um significado comum: a proteção e o destemor.

Mal sabia eu, o quanto esse talismã iria proteger a minha alma neste dia estranho! Estranho por me ver protagonista de um episódio surreal. Estranho pela minha própria reação diante da barbárie que é ser submetida a uma sessão de xingamentos, agressões, insultos, insanidade!

"Comunista", "stalinista", "Assassina ( oi?) ", "Petista","Jornalista Mortadela", "Vadia" ,"Puta", "Joga ela pra gente que sabemos o que fazer", "Vai embora pra Cuba, rapariga!".

Era a trilha sonora da entrevista que aconteceu assim:

Eu para Bolsonaro: o senhor está com uma agenda de viagens pelo Brasil, qual a receptividade? Aqui no Piauí, fala-se numa chapa com o senador Mão Santa, o senhor confirma? O que o senhor pensa das atuais reformas do Brasil?

Eu não ouvi as respostas - e nem poderia - já que a claque não parava de berrar!

Isso tudo aconteceu em cima da camioneta onde o parlamentar estava. Quem quisesse entrevistá-lo, teria que subir lá! Expliquei que não teria condições técnicas de gravar em cima do veículo e que havia outros jornalistas embaixo, aguardando pela entrevista. Houve muita insistência e, sem alternativa, fui cumprir a minha pauta!

Naquela hora, a gente não se dá conta do que acontecia embaixo! Lembro de ter visto o olhar assustado do Anderson, o cameraman que me acompanhava mas seguimos tranquilamente até o final, quando a situação só piorava....à essa altura, nem o candidato conseguia mais falar!

Medo? Sinceramente, tenho mais pelas pessoas que estavam se prestando àquilo. Não era ódio, era irracionalidade mesmo !

Raiva? Não conseguí sentir. Tristeza? Muita! Por ver uma cena daquelas na cidade onde eu nascí e para a qual trabalho há tantos anos. Vergonha, impotência, incredulidade.

Lágrimas? Não! E se houvesse, seria de emoção ao voltar para a Redação e ler tantas mensagens de colegas jornalistas. De tudo, o que mais me comove é perceber que, em cada relato, há a certeza de que há a solidariedade de quem verdadeiramente sabe o que se passou naquela carro. Abraço todas! E tantas outras palavras que chegam a todo instante, desde aquele momento até agora, quando esse dia está acabando....Que sorte a minha de ter vocês! Que sorte viver entre pessoas sensíveis ao que é verdadeiro e justo. E não há verdade e justiça maiores do que o trabalho, a liberdade e o respeito. Amo minha profissão, me dedico a ela, por vezes até mais do que deveria e ela me consome de uma forma que sobra pouco tempo para não ser jornalista!

Por isso não há lágrimas! Pelas jornalistas, pelas mulheres, pelas mães, por todas nós, que enfrentamos nossas batalhas diárias por amor. Seja a uma causa, a um companheiro(a), a alguém da família que precisa de nós.... E por mim também que, enfim, aprendí que nada é maior e nem mais poderosa do que a dignidade. É ela que preserva meu coração longe de toda a insensatez e intolerância. O que eles não sabem é que meus ouvidos e o resto de mim seguem um comando que está fora do alcance deles, longe,muito longe onde mora a paz. E sabe por que não tem lágrimas? apenas porque....

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.

À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo" (F.Pessoa)
FONTE: http://www.gilbertolima.com.br/

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